Stúdio da Criança
O projeto “Studio da Criança” representa um marco simbólico e afetivo na trajetória do escritório, sendo a primeira intervenção paisagística realizada pela equipe. Localizado na entrada de uma creche no bairro do Grajaú, zona norte, da cidade do Rio de Janeiro, o projeto nasce do desejo de acolher, sensibilizar e estimular, por meio da paisagem, o olhar da infância e daqueles que a acompanham.
A proposta paisagística teve como ponto de partida a compreensão do espaço como um lugar de passagem diária, mas também como um território de descobertas, pertencimento e afeto. A entrada da creche, muitas vezes negligenciada em projetos institucionais, foi aqui valorizada como elemento de transição entre o mundo exterior e o universo simbólico e educativo que se encontra no interior da escola.
Para compor esse ambiente, foram selecionadas espécies vegetais adaptadas às condições climáticas locais, resistentes à exposição constante ao sol e à variação de temperatura, além de compatíveis com a rotina intensa do espaço. As escolhas botânicas buscaram, ainda, dialogar com a identidade do território, valorizando formas, texturas e cores que evocam o entorno e a paisagem cultural da região.
Dentre as espécies utilizadas, destaca-se a Maranta tricolor, com suas folhas vibrantes e padronagens únicas que despertam o olhar e a curiosidade das crianças. Suculentas de diferentes formatos e tonalidades foram incorporadas à composição, contribuindo com diversidade visual e baixa demanda de manutenção. Além disso, pequenas espécies arbóreas proporcionam sombra pontual e criam uma sensação de abrigo e proteção, fundamental para a escala infantil.
O resultado é um jardim de entrada que cumpre múltiplos papéis: acolher, proteger, educar e inspirar. Um espaço vivo, em constante transformação, que convida à observação e à escuta da natureza — princípios que também fundamentam a prática projetual do escritório. O “Studio da Criança” afirma o compromisso com uma arquitetura sensível, atenta às relações entre pessoas, território e ambiente, mesmo nas intervenções mais sutis e cotidianas.
